Histórico de actividades 2017
- 16-12-2017 - Almoço de Natal do Clube UNESCO da Maia
- 23-11-2017 - Tertúlia sobre o escritor Mia Couto
- 18-11-2017 - Os clubes UNESCO da cidade do Porto e da Maia confraternizam no S. Martinho
- 16-09-2017 - Almoço convívio - reinício das atividades
- 23 e 24-09-2017 - Viagem ao verde Minho
- 29-09-2017 - A Arte Sacra e os Santeiros da Maia
- 28-10-2017 - O Clube Unesco da Maia, o espírito da montanha, os santuários e as procissões
- 10-07-2017 - O processo da reforma da Igreja em Portugal nos finais da Idade Média
- 02-07-2017 - A Mulher Maiata - contributos para a economia familiar
- 01-07-2017 - Arte Pública na Maia
- 20-06-2017 - Dia Mundial dos Refugiados
- 17-06-2017 - A mobilidade no concelho da Maia
- 27-05-2017 - Da Maia a Baião com Eça de Queiroz
- 21-05-2017 - O espírito da Montanha e os Santuários dos Altos
- 29-04-2017 - 7º aniversário do Clube UNESCO da Maia
- 28-04-2017 - Exposição de Pintura dos alunos do Clube UNESCO da Maia
- 07-04-2017 - Tertúlia Poética
- 25-03-2017 - Visita Cultural a Santo Tirso
- 08-03-2017 - Dia Mundial da Mulher
- 25 e 26-02-2017 - A CUMA e o Carnaval
- 03-02-2017 - Conferência do Provedor do Município
- 14-01-2017 - O património cultural num mundo global
- 07-01-2017 - Dia Mundial da Paz
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16-12-2017 - Almoço de Natal do Club UNESCO da Maia
No dia 16 de dezembro, à semelhança do que tem sido habitual, teve lugar mais um almoço de Natal do Clube UNESCO da Maia. Cumpriu-se assim mais um momento de pausa nas actividades, dentro dos valores da Tolerância, da Cooperação e da Paz.
Marcaram presença sessenta associados do Clube, alguns convidados: O Dr Paulo Ramalho, em representação da Câmara Municipal da Maia; a Dra Olga Freire (Presidente), a professora Palmira Moura e José Carlos Almeida, da junta de Freguesia da cidade da Maia.
No sentido de dar luz ao almoço, criando um ambiente de festa, animaram o convívio as associadas Lurdes Bártolo, Ana Alice Cunha, Laura Mora, Aida Duarte e Rosa Oliveira. O suporte musical envolveu o Dr. Domingos Mateus, na guitarra, e a Cláudia Patrícia, na concertina.
No momento das comunicações, o Dr Paulo Ramalho, elogiou o trabalho de mérito realizado pelo Clube, regozijando-se com o enriquecimento cultural trazido à autarquia. Prometeu ainda um espaço para a sede do Clube
Os associados Aida Araújo e Artur Batista fizeram também reflexões muito oportunas sobre a época natalícia.
A seu tempo, o Presidente do Clube, Raul da cunha e Silva, disse:
Festejamos num almoço de Natal o convívio, a fraternidade, a amizade.
São longas, muito longas, as origens dos tempos natalícios.
Sumariamente gostaria de relevar a memória dos tempos idos.
Quando se fala no solstício de inverno, recorda-se que os dias começam a aumentar e as noites a diminuir. Ou seja, cresce o tempo de luz e diminui o de noite, o das trevas.
É dentro desta metafísica que os romanos celebravam a festa do dies natalis lucis, ou dies solis invicti. no 25 de dezembro e que a igreja, sabiamente, soube aproveitar-se deste e de outros eventos importantes do paganismo ( século IV).
Fez coincidir o nascimento de Cristo com o dies natalis lucis.
Espírito de natal: os direitos humanos, a concórdia, a paz.
Acontece que hoje o natal é comércio. Se o ícone do natal era o sol, mais tarde, o presépio, hoje é o supermercado.
Agradeço, em primeiro lugar aos associados. É para eles e com eles que o clube existe.
Em 2º à equipa que programou e executou este evento.
Em 3º lugar, à junta da freguesia da cidade da Maia, à de junta de Moreira, à escola secundária da Maia que estão sempre disponíveis para ceder espaços, quando necessários.
Desejando a todo um Santo Natal, relembra o Salmo 132, 12,15“Abençoarei abundantemente o seu mantimento, fartarei de pão os seus necessitados”.
Aida Araújo
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23-11-2017 - Tertúlia sobre o escritor Mia Couto
No âmbito das actividades da iniciativa do Clube Unesco da Maia, teve lugar, no dia 23 de Novembro de 2017, pelas 17h, na Escola Príncipe da Beira – Gueifães -, uma palestra sobre o escritor Mia Couto.
Este evento contou com a presença da associada Aida Duarte, na qualidade de palestrante, apoiada por um grupo de Associados presentes no Auditório e que se voluntariaram para a realização das leituras previstas no programa.
A mesa foi constituída pelo Presidente do Clube (Dr. Raul Cunha e Silva); pela Drª Lourdes Graça, que fez a apresentação da palestrante; pela Professora Palmira, em representação da Junta de Freguesia, e ainda por Aida Araújo Duarte.
O Auditório mostrou-se motivado e interagiu com a palestrante, em espaço e tempo oportunos. Os trabalhos decorreram conforme previsto, em tempo e ambiente adequados.
A sessão foi aberta com a leitura do poema Para ti. Seguiu-se uma abordagem geral do fenómeno literário Mia Couto: o homem e o escritor (o poeta e o ficcionista). Foram elencadas as obras do autor, assim como os prémios com os quais tem vindo a ser galardoado.
O corpo da palestra foi uma abordagem mais cuidada da obra do autor. Teceram-se algumas considerações sobre várias obras, tendo-se tomado como ponto de partida uma afirmação do pintor impressionista Paul Cézanne. Tendo em vista a economia de tempo possível, adoptou-se uma metodologia considerada mais eficaz. Para o efeito, as leituras foram sendo realizadas ao longo da comunicação. Encaixaram-se nela alguns poemas de Raiz de Orvalho e outros Poemas e, em contexto, alguns excertos de: O Fio das Missangas, Estórias Abensonhadas e Terra Sonâmbula. Para além disso, foram sendo lidos pequenos passos de outras obras, com vista à ilustração de olhares sobre a escrita do autor, por parte da palestrante.
Adoptou-se uma linha de pensamento esquemática, começando-se repetidamente por:
Ler Mia Couto é...
No final da sessão, o Presidente do Clube fez os agradecimentos devidos quer ao membro da junta presente, quer à moderadora Lourdes Graça, quer a todos quantos participaram na tertúlia.
Recordou ainda a competência da palestrante prof. Aida e convidou os presentes para um Porto D’ Honra.
Aida Araújo
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18-11-2017 - Os clubes UNESCO da cidade do Porto e da Maia confraternizam no S. Martinho
Em 18 de novembro, os dois clubes festejaram, em conjunto, na quinta dos Salesianos, centro juvenil S. João Bosco o S. Martinho
Foi um convívio muito alegre com castanhas, pão e vinho, além de outros regalos num verdadeiro magusto.
Grande parte da organização coube ao Clube Unesco da Cidade do Porto.
Feita a abertura do convívio pelo presidente do Clube Unesco da Cidade do Porto, Fernando Pinto e Arminda Santos, assistimos a uma belíssima comunicação da nossa associada Adorinda Carvalho cujo resumo vamos expor.
“O castanheiro, árvore muito longeva que convive, ao longo da sua vida com várias gerações humanas, é autóctone do território português, na variedade «castanea sativa». A castanha portuguesa apresenta variedades endógenas (a longal, a judia, a martainha e outras), que não existem nos outros países, criadas pelos agricultores ao longo de séculos de enxertias selectivas, constituindo verdadeiro património especificamente português.
Além do valor do fruto, o castanheiro é favorável ao ambiente, contribuindo de forma notável para a biodiversidade e para o equilíbrio ecológico. No tronco esburacado dos seus troncos encontram abrigo inúmeros animais (morcegos arbóreos, mochos, corujas, esquilos...); no subsolo desenvolvem-se fungos simbiontes, numa enorme variedade, que frutificam em cogumelos no Outono. Alguns belíssimos «Amanita Caesaria», considerados extintos noutros países, continuam a frutificar em abundância nos nossos soutos. Igualmente belos mas tóxicos os «Amanita Muscaria» dão um colorido especial ao solo dos soutos, contribuindo, como todos os fungos simbiontes para uma maior produtividade da árvore a que se associam.
O valor económico da castanha no PIB nacional é de grande peso. A castanha é o fruto que mais se exporta a seguir à pêra rocha, constituindo o valor dessa exportação cerca de 30 milhões de euros, segundo estimativa da REFGAST, o organismo que representa a flileira da castanha portuguesa. Estima ainda o mesmo organismo que a castanha movimente anualmente cerca de 70 M €, valor pago aos produtores e ainda cerca de 30 M € em fatores de produção.
A nível europeu Portugal é o terceiro país produtor de castanha, a seguir à Itália e à Grécia (dados de 2014).
Além dos aspetos económicos e ecológicos, o castanheiro é também um valor paisagístico e muitos dos seus exemplares mais antigos, de maior porte, ou com formas muito bizarras, têm fomentado lendas, inspirado poetas e escritores. Alguns são autênticos monumentos verdes e há exemplares classificadas pelo ICNF, como é o caso da «castanheira de Lagarelhos» cuja idade se estima em mais de 1 000 anos”.
Após a resposta a muitas perguntas da assistência o presidente do clube Unesco da Maia, Raul da Cunha e Silva, fez uma intervenção trazendo à colação que o magusto e os rituais conexos que são muito anteriores aos tempos de S. Martinho, (século V) bispo de Tours declarado em 2005 “personnage européen, symbole du partage” pelo Conselho Europeu. Inserem-se no rito morte e ressurreição das festas romanas das bacanais (em honra de Baco) e das dionisíacas gregas (de Dionísios) - também o deus do vinho.
Recordemos que a igreja soube aproveitar as festas relevantes que vinham do paganismo.
Por isso, não causa admiração que há pouco tempo celebrámos os fiéis defuntos que se seguem ao “haloween” celta de 31 de outubro, os que partiram a caminho da ressurreição. Hoje completamos o ritual
Feitas as colheitas do outono, cessaram os trabalhos e agora há que usufruir deles e preparar novas colheitas próprias do solstício de inverno
Castanha, pão, porco, vinho e muita alegria são os grandes temas dos muito numerosos provérbios de s. Martinho
No dia de S. Martinho vai à adega e prova o teu vinho.
Castanha, pão, porco, vinho e muita alegria são os grandes temas dos
No dia de S. Martinho vai à adega e prova o teu vinho.
Pelo S. Martinho, castanhas assadas, pão e vinho.
Seguidamente o magusto, o convívio, o relacionamento entre os associados dos dois clubes e a vontade de os repetir e aprofundar num crescendo imparável de amizade.
Raul da Cunha e Silva
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16-09-2017 - Almoço convívio - reinício das atividades
No dia 16 de Setembro o Clube UNESCO da Maia iniciou as suas actividades com um almoço convívio.
Almoço muito concorrido, com a participação de novos amigos e também com o ingresso de um novo associado.
A seu tempo, foram lembrados os recentes aniversariantes, com o ritual do costume e a leitura de um texto personalizado, o que causou alegria e boa disposição.
Foram recitados poemas de acordo com o momento e o espírito do Clube.
O novo associado Carlos Meireles tem um currículo brilhante.
É doutorado na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, Investigador auxiliar no Laboratório Nacional de Energia e Geologia, faz investigação em projectos nacionais e internacionais ligados à UNESCO. Tem inúmeras publicações de carácter científico.
No ato de posse, foram-lhe entregues os estatutos do Clube, pela associada, professora Ana Almeida, sua madrinha.
Foi um momento relevante neste evento também pelas considerações profundas que ambos fizeram no momento.
Enunciaram-se ainda as actividades de Setembro: dias 23-24 viagem cultural a Melgaço, Suajo e Gerês e em 29 uma interessante palestra sobre a Arte Sacra e os Santeiros da Maia na escola secundária da Maia.
O Presidente do clube Raul da Cunha e Silva ao concluir o evento afirmou:
“A paz para ser duradoura deve apoiar-se na solidariedade intelectual e moral dos povos. Como diz o Acto Constitutivo da Unesco é na educação, na cultura, na ciência, na comunicação e informação que se constrói o baluarte da paz.
Neste vasto universo, tem cabimento a igualdade de género, o combate ao analfabetismo, a defesa do património material e imaterial, edificado ou natural.
A aceleração da globalização ajuda a construir um novo modelo de cidadania mundial onde cabem todas as tendências interculturais e multiculturais.
Nós aqui e agora participamos desta doutrina e através das conferências, visitas de estudo, convívios damos o nosso contributo para um mundo melhor”.
Raul da Cunha e Silva
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29-09-2017 - A Arte Sacra e os Santeiros da Maia
Foi no passado dia 29, pelas 18 horas que se realizou e conforme o publicitado, a conferência organizada pela C.U.M.A. – Clube Unesco da Maia, subordinada ao tema A Arte Sacra e os Santeiros da Maia.
Para o efeito, o Agrupamento de Escolas da Maia em parceria com o Clube Unesco, permitiu a realização do evento no auditório da Escola Secundária da Maia, que recebeu assim todos aqueles que se interessaram pelo tema da conferência. Na verdade, além de ser em si mesmo um tema interessante para as gentes maiatas e não só, também o conferencista convidado pela C.U.M.A. o Sr. Prof. Doutor José Manuel Alves Tedim, com a ciência e o conhecimento que lhe é reconhecido encantou a plateia e prendeu a atenção dos que assistiam à sua palestra.
Das origens dos santeiros, até ao nascimento das oficinas de santeiros, passando pela descrição do modo de trabalhar a madeira para dela fazer nascer uma imagem, o Professor percorreu a história e os factos mais marcantes do percurso dos santeiros e da arte sacra enquanto produto da “imaginária”, da experiência do santeiro no trato com a madeira; e com outros materiais como a pedra e a mármore. A antiga Terra da Maia é rica em factos da história ligados à arte sacra e aos santeiros, nela tendo existido famosos santeiros,- S. Mamede de Coronado, Santa Maria de Avioso – e obras importantes que viriam a permitir que as localidades dos santeiros e das suas oficinas percorressem mundo, chegassem com os santos que saiam das oficinas deixassem no mundo a marca do artista/imaginário. Ser santeiro era e é ser profissional, exercício de uma actividade económica que durante muito tempo era importante para as economias locais e familiares daqueles que estavam ligados às oficinas de santeiros. Porém, nos dias de hoje é certo que a actividade de santeiro está estagnada e muito perto do desaparecimento, urgindo tomar medidas para a sua preservação enquanto ofício e tradição que não pode morrer porque ainda importante para a cultura da antiga Terra da Maia.
Seguidamente alguns presentes puseram questões muito pertinentes que o orador sabiamente foi resolvendo.
O moderador Prof. Doutor Pedro Pereira desempenhou com sucesso a sua função e o mesmo se poderá dizer do protocolo feito pelo Dr. Adalberto Costa.
A finalizar o professor RUI, director do agrupamento escolar teceu considerações importante sobre a conferência, mostrando disponibilidade para acolher novos eventos.
Raul da Cunha e Silva, presidente do Clube, concluiu ressaltando o valor supino da conferência, o local onde foi proferida e os altos valores identitários com as escolas, ou seja, educação cultura ciência e comunicação. Relevou ainda o interesse pessoal e do clube em prosseguir com estas e outas actividades no Agrupamento.
Adalberto Costa
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28-10-2017 - O Clube Unesco da Maia, o espírito da montanha, os santuários e as procissões
No dia 28 de outubro o Clube Unesco da Maia promoveu uma conferência no auditório da junta da freguesia da vila de Moreira da Maia com dezenas de participantes.
Como o cartaz presente indica, 3 foram os oradores que abordando perspectivas diferentes mas complementares tornaram possível construir uma narrativa que vamos indicar.
As montanhas são símbolos fundamentais para compreender e explicar os diversos modelos e tradições do pensamento, da cultura e da religião, essenciais para a inteligibilidade do mundo. Mitos, lendas e superstições povoam esses espaços que, desde os tempos primordiais, se prolongam até aos dias de hoje na convicção de que os deuses moravam nas montanhas tornando-as sagradas. No seu cume dizem, por exemplo, os indígenas norte-americanos residem os espíritos protectores. Como sumariamente já relevámos, montanha expressa a ideia de elevação e de subida.
Podemos tomar como modelo o sonho de Jacob (Génesis 28,11-19) que viu uma escada (imaginária) que une a terra ao céu. Este é o paradigma da religiosidade bíblica apoiada na terra cuja extremidade tocava o céu e ao longo dela subiam e desciam mensageiros de Deus. O sermão da Montanha, a Tora, o Corão e muitos outros fenómenos espirituais tiveram a montanha, os montes e os altos, como espaço original.
Segundo Pedro Pereira, o património religioso dos santuários de montanha suscita um movimento intenso de peregrinos e turistas, particularmente rumo ao Santuário de Fátima.
Torna-se, por isso relevante conhecer as dinâmicas religiosas e culturais presentes nos caminhos e nos lugares de culto mariano em Portugal. A presente comunicação procurará aflorar algumas expressões do magnetismo devocional mariano, nomeadamente Fátima, ancorando-as através de instrumentos conceptuais e ilustrando-as através de dados empíricos, resultantes de trabalho de campo antropológico.
O tratamento da matéria relativa aos santuários seguiu-se com muita pertinência e consequência ao que foi explanado respectivamente pelos Profs. Raul da Cunha e Silva e Pedro Pereira, tratando-se assim da analise da existência, natureza e fim do santuário enquanto local de encontro de pessoas (de multidões) independentemente de serem ou não crentes, mas muitas a titulo de curiosidade, turismo ou de um simples bem-estar. Em suma, acrescenta Adalberto Costa, as pessoas deslocam-se, procuram no santuário aquilo que se pode designar de espirito do lugar, sempre cativante e cativador para a serenidade e paz de espirito do homem que, em cada momento, se inspira na montanha onde o santuário aparece, percorrendo um caminho que pode ou não ser de peregrinação, mas sempre de busca.
Na parte final a moderadora professora, Lourdes Graça, fez um resumo muito claro dos trabalhos, dando voz e vez às questões que foram sendo levantadas pelos presentes. Houve na parte final um Porto d´Honra que permitiu um saudável convívio e troca de impressões entre todos.
Raul da Cunha e Silva
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10-07-2017 - O processo da reforma da Igreja em Portugal nos finais da Idade Média
O professor doutor Luis Amaral, docente do Departamento de História e de Estudos Políticos e Internacionais da Faculdade de Letras da Universidade do Porto proferiu uma mui notável conferência, perante grande auditório num pavilhão da Fundação Gramaxo no dia 10 de julho de 2017.
A abordagem do tema gerou profunda atenção dos ouvintes dada a clareza da exposição.
O orador descreveu a profunda crise que atingiu a Europa no final da Idade Média, privilegiando na sua abordagem as dimensões religiosas e eclesiástica. Analisou também com algum pormenor as consequências da peste negra que assolou a Europa durante o século XIV, dizimando cerca de um terço da população europeia, ou seja, 75 milhões de habitantes.
A crise dos fins da Idade Média é estrutural, global e sistémica com incidência profunda na Igreja e na estrutura da sociedade.
Para além de problemas eclesiais e teológicos, as manifestações da riqueza da Igreja constituíam graves desafios à sociedade.
A crise dos finais da Idade Média não é sinal de decadência, mas de crescimento.
Em seguida, o conferencista destacou o caso português, dando conta das principais tendências de reflexão sobre a prática religiosa, bem como sobre a reorganização da Igreja em Portugal.
Terminada a conferência, o moderador Pedro Pereira fez uma análise muito sucinta e deu a palavra a alguns presentes que puseram questões pertinentes e muito interessantes.
A concluir os trabalhos, o Presidente do clube, professor doutor Raul da Cunha e Silva, louvou o palestrante que, com o seu discurso científico, e ao mesmo tempo muito claro, manteve em alto nível de atenção todos os presentes. E como a intervenção terminara na Reforma, será necessário continuar a lição para o próximo ano pelo que, desde já, o convidava para fazer a oitava comunicação nas festas de Nossa Senhoras do Bom despacho. Agradeceu a presença de todos os associados e amigos que constituem a essência do clube .
Ofereceu ao Doutor Luis Amaral uma aguarela das lavadeiras da Maia, do associado José Oliveira.
Assim, o Clube levou a cabo, neste caso em parceria com a Biblioteca Municipal, mais um evento de alto valor cultural.
Raul da Cunha e Silva
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01-07-2017 - Arte Pública na Maia
“Arte Pública na Maia” foi o tema de mais uma iniciativa que se concretizou, no dia 1 de julho de 2017, pelo Clube UNESCO da Maia.
Conscientes que na Maia existe um património edificado, sob a forma de arte pública, que traduz uma história de gentes e costumes digno de divulgação, o Clube UNESCO da Maia reuniu, associados e amigos, para um percurso de valorização e divulgação deste mesmo património.
“Também Eu te digo: Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a Minha Igreja…” foram palavras proferidas pelo senhor Presidente do Clube, Professor Doutor Raúl da Cunha e Silva, relembrando e salientando a importância da pedra na edificação de um património, não só material como imaterial.
Pelas 9.30h, e tendo como ponto de encontro a Câmara Municipal da Maia, deu-se início a esta atividade, com as boas-vindas do senhor Vice-presidente do Clube, Dr. Adalberto Costa, e com as preciosas e pertinentes intervenções de Mário Aguiar, Daniela Alves e Hélder Barbosa, sobre as personalidade e gentes da Maia, Cátia da Hora e Silva sobre as obras de arte edificadas e de Ana Almeida com alusão ao tipo e características da pedra usada, foi possível dar a conhecer alguma da arte pública que existe na freguesia da Cidade da Maia.
Neste percurso, e depois de abordada obra de arte “Os Dados estão lançados”, seguiram-se as visitas a estátuas em homenagem não só a diversas personalidades, como a Estátua Dr. Vieira de Carvalho, a Estátua Visconde de Barreiros, e a Estátua “O Lidador”, mas também à gente maiata, como a Estátua ao Lavrador da Maia, a Homenagem a António Santos Leite, o Monumento à Comunidade Maiata e à Árvore de S. Francisco, esta última edificada em propriedade de gentes da Maia - a família Gramaxo. Também foi visitado o monumento “A Nossa Mãe”, obra de um escultor maiato, José Lamas, criada em 1985. Foram visitadas ainda duas obras edificadas após os vários Simpósios de Arte, já decorridos nesta cidade, e que traduzem expressões de vida - “O Grito” e “Janela para o Céu”.
Mais uma vez, o Clube UNESCO da Maia se uniu numa agradável e interessante iniciativa, à volta de um património que urge preservar e divulgar.
A concluir, o Presidente do clube, Professor Doutor Raul da Cunha e Silva disse:
“Acabámos de visitar estátuas em homenagem a diversas personalidades e à gente maiata, bem como obras de arte pública edificadas na cidade. Tivemos oportunidade de verificar a sua relevância tendo presente que a sua prática, valor e significado se identificam com a cultura dos povos. As estátuas são representações simbólicas e ou imagéticas de reis, de antepassados muito importantes, de valores ideias e crenças. Neste caso as esculturas são designadas por imagens. De uma maneira geral, a estátua tem como objectivos tornar presentes realidades ausentes mas que importa recordar. Ou seja, aqueles que por obras valerosas se foram de lei da morte libertando, como diz Camões.
É do nosso conhecimento que nem todos os que se dedicam aos outros são constituídos modelos, porque a construção da modelagem é uma operação muito complicada No entanto, a sociedade precisa de ícones.
Terminou agradecendo a todos os associados e amigos, àqueles que ao longo de sete anos vão dando o seu esforço e dedicação para se construir na Maia um grande clube Unesco
Ana Almeida
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20-06-2017 - Dia Mundial dos Refugiados
1.- No passado dia vinte de junho comemorou-se o Dia Mundial dos Refugiados, pela agência da ONU, relativa aos refugiados. Recorda-se aqui que na sessão da assembleia geral das Nações Unidas foi entregue uma petição que propunha aos governos que: “Garantam que todas as crianças refugiadas tenham acesso à educação.”, “Garantam que todas as famílias refugiadas tenham um lugar seguro para viver.” e “Garantam que todos os refugiados possam trabalhar e adquirir conhecimentos que contribuam de forma positiva para as suas comunidades. ”prosseguindo com uma campanha no sentido da adoção de um “pacto global sobre refugiados”, até setembro de 2018. Uma ação séria que pretende dar a todos os que se encontram refugiados pelas mais diversas circunstâncias um “lar” para viverem e serem felizes. Em Portugal sabemos bem o que é ser refugiado, quando durante a ditadura tantas filhas e tantos filhos da nação portugueses tiveram de se refugiar por tantos países, com o mérito de levarem os nossos quereres e anseios pelo planeta fora. Sabemos bem o que é ser refugiado por políticas que não oferecem liberdade e democracia. Sabemos também o que é o acolhimento e no nosso país quem chega tem sempre um lugar à mesa, mesmo em cima da hora do jantar.
2.- Os refugiados não constituem qualquer problema, dado que este só existe nos países que não querem reconhecer os direitos da dignidade humana. Direitos negados pelos senhores do poder e do dinheiro, da guerra e das armas. Poderes religiosos, ou em nome de uma religião, poderes económicos, quantas vezes em nome do povo, que não querem servir. Poderes ambientais que querem assassinar o nosso cosmos, em nome de “crescimentos económicos” e de “bem-estar”. Poderes sociais, que para se manterem precisam que alguém precise de acolhimento. Mas, sobretudo, poderes culturais que subjugam as tradições, os costumes, o ser dos povos. Poderes que não convivem, mas que esmagam e são máquinas fazedoras dos refugiados, trituradoras dos corpos e dos espíritos, por que insaciadas de sangue.
3.- Mas também existem aquelas e aqueles que se têm de refugiar das suas consciências. Porque não concordantes de práticas obtusas, vêm-se na obrigação de pactuar com as vigarices dos poderes que submetem as mulheres e os homens livres. Há nos países ditos da “civilização” quem se refugie nas suas interrogações, sofra porque não quer fazer aquilo que lhe mandam. Há regiões sujeitas ao refúgio para salvar os seus filhos. Há municípios em Portugal que isolam os cidadãos não lhe permitindo uma vida plena. Há refugiados em Portugal que são portugueses.
Joaquim Armindo
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27-05-2017 - Da Maia a Baião com Eça de Queiroz
Pelas 8,30 h do dia 27 de maio, 22 associados do Clube Unesco da Maia iniciaram uma viagem cultural a Baião.
A terra de Baião é de fundação Sueva. Em 985 foram concedidas pelo rei de Castela a D. Arnaldo – trisavô de Egas Moniz, pela sua bravura no combate contra os Mouros. Baião recebeu foral de D. Manuel I no ano de 1513.
Iniciámos a viagem com a leitura de alguns textos que mostraram aos participantes a estreita ligação de Eça de Queiroz a Luís de Magalhães e à quinta do Mosteiro em Moreira da Maia.
Ao entrar em Baião, concelho com a maior percentagem de área verde e floresta do distrito do Porto e de paisagens naturais de grande beleza rumámos a Ancede para visitar o seu mosteiro e a Capela de Nosso Senhor do Bom Despacho.
O mosteiro foi fundado pelos cónegos Regrantes de Santo Agostinho no século XII. Em 1560 passou a depender do Mosteiro de S. Domingos de Lisboa.
No couto do mosteiro produzia-se muito vinho de qualidade que era exportado e com os proventos enriquecia-se o património monacal.
Com o desenrolar dos tempos o Mosteiro foi-se degradando. Desde 1985 pertence à Câmara Municipal que o tem vindo a restaurar.
A Capela de Nosso Senhor do Bom Despacho data de 1735.Foi mandada construir pelos Dominicanos Tem um altar-mor e seis laterais com representações da vida de Cristo. É uma obra de enorme beleza e repositório de imagens.
Continuámos a viagem por Aregos em direcção a Santa Cruz do Douro, passando por sinaleiras que indicavam o percurso do Caminho do Jacinto até à Quinta de Vila Nova a que Eça deu o nome de casa de Tormes.
Pelas 13 h chegámos ao restaurante da Fundação Eça de Queiroz onde nos foi servido o almoço com a ementa que os caseiros da Quinta prepararam para o escritor: Canja de galinha, arroz de favas com galinha corada e creme de água.
Seguiu-se a visita à Casa que está bem cuidada e onde se fica a conhecer um pouco melhor este grande escritor, a sua família e esta linda terra.
Depois da visita a Tormes seguimos viagem para a sede do Concelho onde descansámos algum tempo e depois subimos até à entrada do Conjunto Megalítico da Serra de Aboboreira considerado um dos maiores existentes em território Português.
Aqui e dado estar a cair o denso nevoeiro característico dos 800 m de altitude visitamos apenas a Anta de Chã de Parada. Pelo caminho e lá no alto avistámos um santuário e montanha: a capela da Senhora da Guia.
Regressámos à Maia onde se chegou pelas 20h, cansados, mas satisfeitos e reconhecendo que, como diz Eça de Queiroz, esta terra é “ serra tão acolhedora, serra de fartura e de paz, serra bendita entre as serras”
Natércia Cardeano
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21-05-2017 - O espírito da Montanha e os Santuários dos Altos
No dia 21 de maio, o clube UNESCO da Maia, em parceria com a Comissão de festas de Nossa Senhora do Bom Despacho, levou a cabo uma conferência sobre: O Espírito da Montanha e os Santuários dos altos.
Foram palestrante o Senhor Padre Domingos Jorge e três associados do Clube: Raúl da Cunha e Silva, Presidente do Clube; Adalberto Costa, Vice-presidente e Pedro Pereira, associado. Moderou a sessão Lourdes Graça, membro da direcção do Clube.
A abertura da sessão efectuou-se no Santuário de Nossa Senhora do Bom Despacho, após a missa dominical pelo pároco da freguesia, Padre Domingos Jorge que sublinhou a importância deste evento no período mariano que Portugal está a viver.
A sessão prosseguiu no anfiteatro do Lar de Nazaré.
Registamos as sínteses das comunicações proferidas.: O prof. Raul da Cunha e Silva começou por citar a célebre frase de S. Mateus: “A fé move montanhas (mat. 17.20)”, acrescentando o orador que as montanhas têm grande influência nos vários credos e culturas a nível mundial. Registou ainda a frase de S. Paulo aos Colossenses “Procurai as coisas do alto….”
Estruturou a sua comunicação na crença no Sagrado, pela simbologia da Montanha. Concretizou a sua mensagem com apresentação de inúmeros Santuários dos Altos, em diversas partes do Mundo. Sublinhou a importância da montanha na componente espiritual e cultural inerentes à existência do Homem.
Mencionou que “ Quanto mais alto se sobe, mais longe se vê”
O professor Pedro Pereira desenvolveu o tema: “Dinâmicas religiosas e culturais do culto mariano em Portugal”.
Na sua comunicação, particularizou o movimento intenso de turistas, viajantes e crentes rumo ao Santuário de Fátima, o magnetismo devocional mariano. Falou de alguns estudos que fez no âmbito do seu trabalho como antropólogo.
Teceu algumas considerações, fruto de estudos antropológicos, documentados na observação diretas das recentes peregrinações a Fátima.
Por sua vez, o Doutor Adalberto Costa, após uma abordagem geral do culto dos Santuários da Montanha em diversas civilizações, dentro da simbologia da montanha “no pico da montanha, o lugar mais próximo de Deus…”, “ o espaço visível de Deus invisível”, falou de alguns Santuários em Portugal: Santa Luzia, Santuário da Penha, Santuário de Fátima. Traçou uma breve e interessante resenha histórica sobre as aparições e o desejo da Senhora de se construir um santuário no local, o que, de facto, aconteceu.
Em jeito de conclusão poderemos sublinhar que se viveu um momento que ultrapassou de longe a aprendizagem de conceitos , antes uma reflexão de partilha entre o Sagrado e o Profano
Após o almoço, realizou-se um percurso mariano.
Eram 14h30 quando se iniciaram os trabalhos da tarde que consistiam numa visita comentada a todas as igrejas do concelho da Maia que têm como orago Maria. Começando no santuário Mariano de Nossa Senhora do Bom Despacho, seguiu-se viajem para a Igreja de Santa Maria, em Vila Nova da Telha; Igreja de santa Maria, em Avioso; a Igreja de Santa Maria, em Silva Escura; Igreja de santa maria, em Nogueira; Igreja de Nossa Senhora da Natividade, em Pedrouços; Igreja de Nossa Senhora de Guadalupe e Igreja de Nossa Senhora do Ó, em Águas Santas e Igreja de Nossa Senhora da Maia, na Maia.
Foi um dia decerto enriquecedor para todos os que o viveram.
Liliana Aguiar e Lourdes Graça
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29-04-2017 - 7º aniversário do Clube UNESCO da Maia
53 associados do Clube UNESCO da Maia celebraram, no passado dia 29 de abril, o seu sétimo aniversário. As comemorações deste importante marco para o Clube revestiram-se de momentos de grande convívio e com a admissão de novos associados.
Inicialmente tomou a palavra a Dra. Lourdes Graça, membro da direção do Clube UNESCO da Maia, sublinhando a importância que todos os associados desempenham na persecução dos objetivos do Clube e na afirmação do seu estatuto enquanto associação para a Cultura da Paz.
Foi exibido um vídeo que sintetizou a atividade do Clube UNESCO da Maia ao longo dos seus sete anos de existência. Foram sete anos que compreenderam centenas de atividades de enriquecimento cultural, outras tantas iniciativas de divulgação e promoção do património material e imaterial do concelho da Maia e, não menos importante, a publicação de cinco obras e a democratização de temas decisivos e de extrema relevância para a compreensão histórica do território maiato.
Seguiu-se a admissão de novos associados, de acordo com o protoloco definido para o efeito.
Antecedendo o almoço o Dr. Adalberto da Costa, um dos Vice-Presidentes do Clube UNESCO da Maia, fez questão de frisar as especificidades e o valor humano da associação, elementos que a tornam única e de grande prestígio.
Após o almoço, teve a palavra Mário Martins, em representação da Junta de freguesia da Cidade da Maia que teceu largos elogios ao trabalho que tem vindo a ser desenvolvido pelo Clube UNESCO da Maia em prol da cultura do concelho, sublinhando a disponibilidade da Junta de freguesia para colaborar em projetos e ações futuras
O presidente do Clube Unesco da Cidade do Porto, Fernando Pinto referiu a amizade entre os dois clubes e o interesse numa colaboração mútua.
Tomou a palavra a finalizar o Dr. Raul da Cunha e Silva, Presidente do Clube UNESCO da Maia que agradeceu a disponibilidade da Junta da freguesia da Cidade da Maia em colaborar com os eventos do clube e, depois de uma breve alusão à simbologia do número sete, sintetizou as atividades do Clube durante esse período, enaltecendo todo o trabalho, colaboração e companheirismo de todos os associados e amigos que em muito prestigiam o Clube UNESCO da Maia.
Referiu ainda os valores da paz, a dinâmica entre as forças centrífugas e centrípetas das organizações e a necessidade do seu equilíbrio numa dinâmica organizativa para a vivência interior e exterior das delícias da paz.
As comemorações do sétimo aniversário do Clube culminaram com um belo espetáculo de dança e música no qual participaram muitos associados.
Daniela Alves e Hélder Barbosa
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28-04-2017 - Exposição de Pintura dos alunos do Clube UNESCO da Maia
A abertura desta exposição foi muito participada pela numerosa assistência presente.
A presidente da junta da freguesia Dra. Olga Freire referiu-se à beleza e número dos quadros, ao seu enquadramento global no salão, à arte do Monitor José Oliveira e das suas alunas que nesta escola, durante muitos dias ao longo do ano, foram criando para seu gáudio e contemplação de todos nós numerosos e mui belos quadros Recriaram a mobilidade do Porto de outras eras
Isto é, em parte fruto da grande abertura dos espaços da junta à cultura e às iniciativas do clube Unesco da Maia.
José Oliveira logo de início fez uma referência aos trabalhos, à organização, às intervenções, referindo a alegria de presenças tão ilustres como numerosas.
A Associada Manuela Batista caracterizou o Porto das pinturas, dando especial relevo às primeiras pontes da cidade, aos barcos e aos eléctricos. Construiu uma narrativa paralela aos quadros que encontramos expostos nas paredes da sala da escola Príncipe da Beira
O Presidente do clube, Raul da Cunha e Silva, congratulou-se com a exposição, abundância e riqueza dos quadros expostos, com o trabalho do associado do nosso clube José Oliveira e das sus alunas e com o impacto positivo da exposição na festa de Gueifães.
Veremos ainda quadros da habitual procissão do Subidouro da autoria do associado Pedro Pereira.um dos temas da grande conferência do património mundial da Unesco em Portugal em 18 de junho de 2016
Vive-se aqui um Ambiente de grande beleza que muito honra os amigos da arte e da cultura
Agradeceu ao executivo da Junta na pessoa da sua presidente Dra. Olga Freire a grande abertura à cultura e a colaboração com o clube cujos frutos revertem para a comunidade maiata e para outras comunidades.
Trechos da Procissão do Subidouro
Raul da Cunha e Silva
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07-04-2017 - Tertúlia Poética
No âmbito das actividades desenvolvidas pelo Clube Unesco da Maia, teve lugar uma tertúlia poética / convívio, no Parque das Fontes (Cidade da Maia), pelas 14 horas do dia 7 de Março de 2017. A organização esteve a cargo da Drª Lourdes Graça que delegou na Associada Aida Duarte a orientação dos trabalhos. Entre ambas, foi acordado um alinhamento que foi plenamente cumprido.
Em virtude da proximidade da sede do Clube, a sessão de Poesia decorreu no exterior relvado e tranquilo, num ambiente primaveril e informal. A última parte foi recolhida dentro da sede.
A abertura coube à Associada Lourdes Graça que fez uma breve contextualização do espaço – Rio Novo, rio da lavadeiras. Declamou um poema alusivo às fontes, da autoria de Augusto Gil.
A seguir, a Associada Aida Duarte propôs a criação de um espaço de partilha para os autores (editados ou não) - Escrevo, porque...-, no sentido de dar a cada um a oportunidade de falar sobre o seu processo criativo. Convidou então os diseurs previamente escalonados, para as leituras. Sete Associados deram voz aos poetas contemplados: cinco Associados poetas e um elenco de poetas escolhidos (Sebastião da Gama, Álvaro de Campos, Eugénio de Andrade, Mia Couto, Elise Lasker).
Finda a sessão de Poesia, o Presidente do Clube, Dr. Raúl Cunha e Siva anunciou ter sido aquela a primeira de outras tertúlias previstas, numa periodicidade mensal.
O evento foi muito participado e a animação terminou com um lanche/ convívio e flores, tendo-se aproveitado o ensejo para felicitar os aniversariantes de Março ali presentes, ou não.
Aida
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25-03-2017 - Visita Cultural a Santo Tirso
No dia 25 de março de 2017 o clube Unesco da Maia visitou a sede do concelho de Santo Tirso, na companhia do clube Unesco da Cidades do Porto.
O programa foi elaborado pelos serviços do turismo da Câmara Municipal de Santo Tirso mediante contactos pré-estabelecidos entre as duas entidades.
No Guião da visita, relevaram-se os núcleos do Parque da Rabada, da Câmara Municipal e da Biblioteca Municipal, núcleos compostos por várias obras de autores nacionais e estrangeiros.
Transformados em caminheiros pudemos apreciar o coração da cidade visitando junto do Rio Ave, o Parque da Rabada à Câmara Municipal, O hino à arte contemporânea.
Na Biblioteca municipal, a prova do licor de Singeverga, ajudou na visita à sede do Museu Internacional de Arte Contemporânea de Santo Tirso e na do Museu Abade Pedrosa que lhe está contiguo.
Uma nota importante a registar na visita é a de que, aos associados do Clube UNESCO da Maia se juntaram os associados do Clube UNESCO da Cidade do Porto, formando-se assim um grupo de visitantes de 52 pessoas. Este espírito de inter-relacionamento entre clubes, mostra a grandeza dos princípios que os mesmos perseguem.
Concluído o repasto num conhecido restaurante local, a visita terminou com um chá e doces tradicionais –de Santa Escolástica(de Roriz) -na sede do Museu, despedindo-se de cada um dos associados com a entrega de uma prenda, oferta do Turismo da Câmara Municipal de Santo Tirso O dia 25 de março de 2017 foi assim um dia voltado para a arte pública que nos espaços bem conseguidos da cidade de Santo Tirso se aglomerou para se mostrar ao público visitante. A génese deste museu está num projecto iniciado em 1990, sendo seu mentor e coordenador, o Sr. Prof. Alberto Carneiro.“A arte é instrumento para a Paz” dirigindo-a sobretudo ao Museu Internacional de Arte Contemporânea.
Na sede do museu o presidente do Clube enalteceu os valores da cultura revelados nos espaços visitados engrandecendo o empenho que o município teve ao investir no enriquecimento cultural e paisagístico de Santo Tirso. Ofereceu à directora Ana Dinis o 2º volume dos moinhos da Maia acrescentando que clube tinha editado mais 4 e se preparava para prosseguir a linha editorial
O presidente do Clube da Cidade do Porto, FranciscoPinto usou da palavra para realçar os seus valores históricos e a importância de estar connosco. Durante toda a visitaa oferta bibliográfica bem como o precioso Singeverga
Um dia bem passado numa autarquia que prima pela delicadeza e arte de bem receber os visitantes
Adalberto Costa
Raul da Cunha e Silva -
08-03-2017 - Dia Mundial da Mulher
O Dia Mundial da Mulher comemora-se a 8 de março.
O Clube UNESCO da Maia, em parceria com a junta da freguesia de Moreira pretendeu dar ao principio dessa comemoração, um cariz regional, mas emblemático do percurso da mulher maiata ao longo dos tempos, organizando um colóquio subordinado ao tema – A Mulher da Maia, fins do séc. XIX e inicio do séc. XX – realizado no passado dia 11 de março, no salão nobre da Junta de Freguesia da Vila de Moreira (da Maia).
A conferência iniciou-se com a leitura da carta de Irina Bucova presidente da Unesco, desenvolveu-se por dois painéis: um “A mulher da Maia”, outro, “As ocupações da mulher da Maia”, que tiveram ilustres palestrantes com conhecimento sobre a realidade da mulher maiata para o período em análise, deixando aos presentes, informação, conhecimento e um despertar para o papel da mulher no concelho da Maia, no país e no Mundo.
Para esse efeito, falou-se da mulher e o trabalho, da mulher do campo, da lavradeira rica e da senhora, das lavadeiras, das peneireiras, das fiadeiras e das tecedeiras … ficando o ensinamento do tempo e da história do trabalho da mulher da e na Maia.
Esta iniciativa do Clube UNESCO da Maia, no seguimento da sua preocupação em descentralizar a sua actividade cultural, levou à Vila de Moreira (da Maia) uma actividade com um tema de grande importância e circunstância actual, contando com uma assembleia de participantes em quantidade muito significativa, sobretudo com muitos jovens que se mostraram com interesse pelo tema.
A concluir e antes do PORTO d’Honra, o presidente do clube, Raul da Cunha e Silva agradeceu a todos os palestrantes, ao presidente da Junta da freguesia da Vila de Moreira aos associados e amigos a grandeza e o nível da Sessão
Referiu que todo o universo da comunica se moveu no âmbito do património cultural imaterial, pelo que os trabalhos serão editados pelo clube a muito curto prazo
Adalberto Costa
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25 e 26-02-2017 - A CUMA e o Carnaval
A CUMA celebrou o Carnaval num convívio que contou com a participação de um grupo de 48 pessoas e que agregou associados e amigos, nos dias 25 e 26 de fevereiro, no Inatel de Vila Nova de Cerveira.
Iniciou-se a viagem pelas 14,30 horas do dia 25, com uma intervenção do Presidente do Clube, Prof. Dr. Raúl da Cunha e Silva que explicou as origens do Carnaval, reportando às festas em honra de Dionísio, na Grécia clássica e às bacanais, festejos romanos em honra de Baco, de grande licenciosidade e que já incluíam uso de máscaras, de modo a permitirem que até os próprios escravos, que gozavam de alguns dias de liberdade, pudessem efetuar crítica social. Não foi esquecida a referência a Juvenal, poeta romano satírico que criticou os excessos de tais festas orgíacas. Com o advento da Religião Católica, foi o Carnaval integrado no calendário da Igreja, mantendo o seu caráter profano e de divertimento, com o seu auge nos três dias anteriores à quarta-feira de Cinzas. A origem da palavra Carnaval, do latim carne+vale, significa “o adeus à carne”, uma vez que se lhe segue a Quaresma, período dedicado à abstinência, ao jejum e ao resguardo dos cristãos em relação aos prazeres mundanos.
A viagem decorreu até Viana do Castelo, onde cumprindo os objetivos do Clube, foi efetuada uma visita ao navio-hospital Gil Eanes, um museu flutuante que permite tomar conhecimento das dificuldades extremas em que decorria a pesca do bacalhau.
O barco que visitámos foi construído nos anos 50 do passado século, nos Estaleiros de Viana do Castelo, indo substituir o primitivo Gil Eanes que resultara da adaptação de um navio da frota mercante alemã, o Lahneck, apresado em 2016 pelo Governo de Afonso Costa, mas que nunca foi capaz de satisfazer as necessidades dos pescadores doentes.
O novo navio-hospital reunia todas as condições para assegurar uma assistência médica eficaz, com equipamentos modernos e instalações próprias para operar e recuperar doentes. Porém, após 20 anos de deslocações à Terra Nova com as alterações da política de pesca do Bacalhau e modernização da frota bacalhoeira, o Gil Eanes deixou de ter utilização, acabando atracado no Cais da Rocha, onde foi apodrecendo e acabou por ser vendido a um sucateiro para desmantelamento.
Foi então criada uma Comissão Pró Gil Eanes que levou a efeito uma campanha no sentido de recuperar um património que considerava de interesse cultural para a cidade e para o País. Resgatado ao sucateiro a Fundação Gil Eanes transformou a embarcação em museu flutuante que tivemos a oportunidade de visitar, enriquecendo a nossa cultura.
A viagem seguiu até Vila Nova da Cerveira, onde após o jantar a celebração do Carnaval prosseguiu com muita animação e alegria.
No dia 26, antes do almoço, pudemos visitar o centro histórico de Vila Nova de Cerveira, apesar de alguma perturbação provocada pela chuva que começou a cair.
Depois do almoço, iniciou-se o regresso à Maia, tendo o mau tempo invalidado tentativa de visita à Feira do Fumeiro de Barcelos.
Durante o percurso, teve lugar uma intervenção da associada Manuela Baptista que relembrou o Carnaval do Porto com base num artigo publicado pelo Ateneu Comercial do Porto - O Porto no fim do século XIX- elaborado na sequência de uma notícia do jornal O Primeiro de Janeiro: O Carnaval do Porto já não é o que era. Foram abordadas as referências de diversos escritores dos finais do século XIX, nomeadamente, Arnaldo Gama em O Génio e o Mal e Júlio Dinis em A Família Inglesa, bem como de Alberto Pimentel em O Porto na Berlinda e de um artigo de Ramalho de Ortigão publicado no Tripeiro.
Chegámos felizes com a sã camaradagem vivida durante estes dois dias e com vontade de repetir estes convívios que enriquecem a nossa cultura e reforçam os laços de amizade.
Normando Faria
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03-02-2017 - Conferência do Provedor do Município
No dia 3 de fevereiro a partir do 15.30,o Provedor do Munícipe da Maia fez uma conferência no Salão Nobre da antiga junta da freguesia da Maia, sita na rua da Igreja. Perante boa assistência, o provedor Miguel Ângelo recordou o histórico da provedoria e o âmbito das suas funções na Maia.
Em síntese afirmou:
“A expressão Provedor tem origem na palavra " prover ", que significa, tomar providências acerca de; dispor, ordenar, regular. A figura do provedor teve origem na Suécia, ao tempo do rei Carlos II, por volta de 1809, quando criou a figura do Ombudsman para mediar as exigências e os conflitos que lhe eram postos pela nobreza, a igreja e pelos próprios habitantes do burgo. A palavra Ombudsman é composta por ombuds (representante) e man (homem/ cidadão), sendo por isso um representante dos cidadãos junto do poder instituído.
Mais tarde, a figura do Ombudsman ou do Ouvidor Geral / Provedor, alastrou-se pela Europa do Norte e Central, sendo nos nossos dias comum em toda a Europa e América com designações similares mas com as mesmas funções, isto é, defender os direitos, liberdades e garantias dos cidadãos junto dos poderes políticos. Assim, em Espanha é designado El Defensor del Pueblo, o mesmo acontecendo nos países da América do Sul que tiveram influência hispânica, enquanto na Europa e na América do Norte predomina o Ombudsman. Em Portugal, o papel é assumido pelo Provedor de Justiça.
O Provedor de Justiça é um órgão do Estado, previsto na Constituição, independente dos partidos políticos e eleito pela Assembleia da República, só esta o podendo destituir. Atua junto dos Serviços da Administração Pública, central, regional ou local, junto dos Institutos, Empresas Públicas ou concessionárias de Serviços Públicos, competindo-lhe promover a defesa dos direitos, liberdades, garantias e interesses legítimos dos cidadãos, através de recomendações e pareceres e procurando assegurar a legalidade e a justiça na atividade dos poderes políticos. Não tem poderes decisórios, nem competência para anular, revogar, modificar ou suspender atos dos poderes políticos, mas tem o poder de influenciar e de dirigir-se á Assembleia da República expondo as suas razões. Qualquer cidadão pode solicitar a intervenção do Provedor de Justiça, de forma gratuita, por correio normal ou eletrónico e por factos a que esteja direta ou indiretamente ligado
As competências e as limitações do provedor do munícipe são idênticas, mas agora reduzidas á escala municipal. Isto é, compete-lhe defender os direitos, liberdades e garantias dos munícipes na sua relação com a Câmara Municipal e outras instituições municipais. (Maiambiente , SMEAS, Espaço Municipal, Empresa Munic. de Estacionamento ), apoiando os munícipes na resolução das suas reclamações ou pedidos de ajuda, servindo de mediador entre os munícipes, que representa e as referidas instituições municipais nas eventuais situações problemáticas que surjam no decurso do seu funcionamento.
O Provedor dos Munícipes pode ainda emitir pareceres e sugestões de forma a contribuir para a melhoria de qualidade dos respetivos serviços municipais. Para esse efeito mantem uma relação de diálogo constante com o Executivo e com os responsáveis dos diversos Departamentos no acompanhamento das solicitações que recebe. Assim, até ao momento, o Provedor dos Munícipes da Maia prestou apoio a cerca de setecentas solicitações que lhe chegaram via email, por carta e telefone e pessoalmente, dispondo de um Gabinete na Câmara Municipal onde recebe os munícipes ás terças de tarde, quartas e quintas de manhã, sem necessidade de prévia marcação. Importa salientar que muitos destes contactos são manifestações de cidadania e de participação cívica na construção deste edifício comum.” <
À brilhante comunicação seguiu-se um diálogo enriquecedor com a assistência que considerou muito proveitosa a sua participação na conferência.
O Presidente do clube encerrou os trabalhos relevando a importância do evento realizado que, como todos os outros, concorre para a formação dos associados e amigos, um dos grandes objectivos de um clube UNESCO.
O Porto de Honra que se seguiu reforçou a convivialidade entre todos.
Raul da Cunha e Silva
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14-01-2017 - O património cultural num mundo global
No dia 14 de janeiro o Clube Unesco da Maia levou a efeito uma conferência perante numerosa assistência de associados e amigos.
Foi conferencista o nosso associado, professor doutor Pedro Pereira e moderador o vice presidente, Adalberto Costa.
Depois de referir dados teóricos e históricos sobre o tema, o orador centrou-se no estudo sobre Covas de Barroso.
“Em Boticas, como no resto de Portugal, bem como nos mais diversos lugares do mundo, é evidente a presença de dinâmicas de globalização que afetam a vida dos indivíduos, bem como das nações e das regiões. Este processo de globalização, expressando-se no facto de cada vez mais vivermos num mundo monolítico, a despeito das suas virtudes encerra em si riscos diversos,nomeadamente o da homogeneização cultural que pode contrapor-se a identidades nacionais e identidades regionais.
Em Covas do Barroso, como nas outras freguesias de Boticas, assistimos a estratégias cada vez mais intensas e elaboradas de reivindicação de uma identidade regional, que se expressam na divulgação do seu património cultural, representando simbolicamente a identidade da própria comunidade.
Promovendo o diálogo entre a memória oral, privilegiando a recolha direta de dados, e a memória escrita, acolhendo os subsídios de produções escritas, o presente texto arquiteta-se numa sequência de quadros etnográficos que se constituem como uma proposta de itinerário narrativo patrimonial. Sugere-se partir de um quadro inicial, expresso numa singela marca primeva (a sombra do tempo) que, por contágio etnográfico, dialogará com outros quadros compostos por outras marcas culturais, procurando desenhar uma geografia narrativa do património cultural de Covas do Barroso”.
Várias e importantes questões foram postas pela assistência que o moderador sapientemente foi seleccionando, dirigindo-as ao palestrante que a todas deu resposta cabal.
A encerrar, o presidente do Clube Unesco da Maia , Raul da Cunha e Silva teceu louvores a todos os presentes, relevando o brilhantismo do orador. Referiu. os problemas da globalização e as suas relações com as mundividências particulares.
Há um património individual oral que se herda na família. Esse é património imaterial (a língua, as tradições, a religião, a cultura.). Mas além deste património oral, há o natural e o edificado.
O mundo global, se por um lado torna clara a diversidade, por outro tende a eliminá-la.
Daí a existência de vários documentos que propugnam a globalidade, como a Declaração Universal dos Direitos do Homem e a Declaração Universal da Unesco sobre a Diversidade Cultural, a biodiversidade para não falarmos da defesa do património imaterial, natural e edificado. Tudo instrumentos para manter um equilíbrio entre o particular e o universal.
Seguiu-se um Porto de Honra animado.
Raul da Cunha e Silva
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07-01-2017 - O clube UNESCO da Maia e o dia Mundial da Paz
A conferência realizada na Biblioteca Municipal da Maia no dia 7 de janeiro subordinada ao tema:“Uma Ideia de Paz”apresentada pelo dr.Adalberto Costa foi organizado pelo Clube Unesco da Maia que contou com a colaboração dos serviços da Biblioteca Municipal da Maia e de muitos associados.
O tema proposto insere-se no âmbito do Dia Mundial da Paz proposto pelo Papa Paulo VI em dezembro de 1967 e pela ONU em Setembro de 1981.
A sessão iniciou-se com um concerto de saxofone (o estudo 43-subarban-sax e o 47 de Guy La Cour) executados por Raquel Lima neta muito jovem dos nossos associados Augusta Lima e marido e pelas declamações de vários textos poéticos alusivos à paz.
O conferencista relevou os aspectos socioeconómicos, jurídicos e políticos, consignados internacionalmente por importantes instituições internacionais e em vários documentos de valor universal, perseguindo o desenrolar da história quanto à procura incessante da Paz dando o seu entendimento quanto à utilização de valores ou princípios que devem contribuir de forma decisiva para que o Homem e o Mundo possam ter a desejada Paz.
Neste sentido, apresentou o conferencista meios a utilizar no sentido da construção e obtenção da Paz, como são uma melhor e mais educação, melhor e mais cultura, mais e melhor conhecimento, tudo instrumentos de formação de valores (universais) que ajudam à construção e à conquista da Paz.
Moderador Professor Doutor Pedro Pereira orientou o intenso debate e diálogo que se gerou entre os presentes, daí resultando que a Paz só poderá ser obtida pelo esforço individual de cada homem e de cada grupo de homens, ressaltando a ideia de que os lideres da sociedade actual estão a dar um exemplo negativo para a construção e alcance da Paz, tendo em conta não apenas o circuito dos interesses, como também a diversidade dos povos, das etnias, dos grupos e das nações.
A conferência conseguiu assim transmitir uma mensagem clara de que a Paz poderá ser verdadeiramente atingida, na medida em que os homens em cada circunstância obtenham mais educação, mais cultura e mais conhecimento. A concluir todas as intervenções o professor doutor Pedro Pereira referindo-se às intervenções anteriores considerou que devem ser considerados os valores antropológicos como os grandes construtores da paz
Fechou os trabalhos o presidente do clube Raul da Cunha e Silva que agradeceu a presença de todos, o trabalho dos que participaram focando a dimensão interior, pessoal para paz no mundo.
Anunciou um Porto de Honra no fim e a próxima conferência (dia14)cujo título será “Património Cultural no Mundo Global.
E assim terminou mais um grande evento do clube Unesco da Maia.
Adalberto Costa
23 e 24-09-2017 - Viagem ao verde Minho
O Clube Unesco da Maia realizou nos dias 23 e 24 do corrente uma viagem-cultural à região da Peneda-Gerês visitando Melgaço, Castro Laboreiro, Peneda, Soajo e Lindoso.
Começámos com uma visita ao palácio da Brejoeira, ex libris de Monção, casa senhorial edificada no século XIX que oferece grandes e luxuosos salões, uma rica biblioteca, um jardim de inverno, um teatro e numerosos elementos decorativos e rico mobiliário. Um trecho da quinta onde se produz o precioso Alvarinho.
Em Melgaço vimos a Torre de Menagem e no seu interior a exposição dedicada ao património arqueológico do concelho de Melgaço desde a Pré-história até à Idade Contemporânea.
No Espaço Museológico, Memória e Fronteira observámos a história recente de Melgaço desde o contrabando à emigração e a vida clandestina e muito perigosa que nestas actividades homens e mulheres desta terra viveram; no museu de Cinema observámos uma panóplia de máquinas, cartazes e fotografias que vão desde o pré-cinema até aos nossos dias.
Pernoitamos em Castro Laboreiro, outrora vila e sede de concelho e hoje uma aldeia do concelho de Melgaço, situada no Parque Nacional da Peneda-Gerês, região de grande beleza, banhada pelo rio Laboreiro, atravessado por oito pontes representativas das épocas romana e medieval, das quais sobressaem a Ponte da Dorna, a Ponte da Capela, a Ponte Nova ou da Cava Velha e a Ponte Velha.
Vimos o Castelo de Castro Laboreiro classificado como monumento nacional, a Igreja Matriz, o Pelourinho datado do século XVI, classificado como imóvel de interesse público, o Núcleo Museológico que regista os hábitos, costumes e tradições das suas gentes, as brandas (pastagens no alto da serra onde se colocava o gado no verão e as inverneiras no inverno).
O Canil da Raça do Cão de Castro Laboreiro tem como objectivos a preservação e valorização da raça do Cão do Laboreiro.
Na Peneda admirámos o santuário de Nossa Senhora da Peneda. Este Santuário tem como data provável de início da construção, os finais do século XVIII, Acredita-se que neste local tenha existido uma pequena ermida construída para lembrar a aparição de Nossa Senhora a uma pastorinha.
Este lugar de culto é constituído pelo, escadório das virtudes, com estatuária que representa a Fé, Esperança, Caridade e Glória, datada de 1854, a igreja principal terminada em 1875.
Ao almoço degustámos a saborosa carne da cachena (raça bovina, portuguesa, semi-selvagem, de pequeno porte que habita nas serras da Peneda, Soajo e Amarela).
Na vila do Soajo a chuva não permitiu senão a explicação sumária da vila que as guias fizeram. Vimos os espigueiros pelos exteriores e o cão sabujo do Soajo diferente do cão de Castro Laboreiro e admirámos os garranos que andavam à solta nos montes circundantes.
No final partimos para a aldeia típica e também comunitária do Lindoso. Como estava a chover, vimos os espigueiros (diferente dos do Soajo) o castelo dentro do autocarro. Ouvimos as explicações que o guia competentíssimo nos deu.
Regressámos alegremente à Maia, depois de um convívio amigável e de vasto intercâmbio cultural.
Raul da Cunha e Silva
02-07-2017 - A Mulher Maiata - contributos para a economia familiar
No passado dia 02 de julho, e integrado na programação das Festas da Maia, o Clube UNESCO da Maia, em colaboração com a Comissão de Festas de Nossa Senhora do Bom Despacho, levou a cabo uma conferência intitulada «A Mulher Maiata – contributos para a economia familiar».
O local escolhido para acolher esta conferência foi a Casa da Eira, da Fundação Gramaxo, espaço aprazível datado de meados do século XIX, que em tudo combinou com o tema explanado.
A sessão que se iniciou a meio da tarde, ficou marcada pela interação entre os palestrantes e o numeroso público presente em vários momentos de partilha de conhecimento e recordações de várias ocupações maiatas de outrora.
Os trabalhos iniciaram-se com uma breve nota de abertura por parte do associado José António Ferreira e Silva, dirigindo saudações ao público e aos representantes das instituições presentes. Teve também a palavra, na abertura desta sessão, o Vice-Presidente da Câmara Municipal da Maia, Eng.º António da Silva Tiago, que expressou o seu reconhecimento pelo trabalho meritório que o Clube UNESCO da Maia tem vindo a desenvolver, em prol da Cultura maiata, ao longo dos seus sete anos de existência. Seguiu-se um momento de poesia com a leitura de um texto da autoria de Fernando Pedroso.
A primeira intervenção da conferência, moderada pelo Professor Doutor Adriano Silva Carvalho, foi proferida pelos associados Daniela Alves e Hélder Barbosa. «As ocupações femininas da Maia entre 1870 e 1911» foi o tema dessa comunicação, a qual partiu de uma investigação levada a cabo pelos autores que se centrou no levantamento das ocupações femininas que constam nos assentos de casamento de todas as freguesias do concelho da Maia, entre 1870 e 1911. Esta intervenção serviu de mote para os temas seguintes que foram apresentados. Intercalando as diferentes apresentações, foram lidos poemas e excertos de textos sobre as ocupações retratadas.
O painel referente às diferentes ocupações femininas do concelho da Maia iniciou-se com a figura da «Leiteira», apresentada por Lourdes Graça da Cunha e Silva, numa ligação ao passado rural e agrícola do concelho da Maia e através da explicação do árduo quotidiano inerente a esta ocupação feminina.
Seguidamente teve a palavra o associado José Gabriel Gonçalves que retratou a ocupação da «Pinheireira», fazendo uma pequena alusão, em termos gerais, à ocupação em si, ao processo da apanha da pinha e à sua comercialização, partindo, num segundo momento, para o caso concreto das pinheireiras de Vila Nova da Telha.
A última apresentação, partilhada, incidiu sobre a investigação realizada sobre «A Lavadeira: gentes e locais». Recorrendo a várias entrevistas realizadas a lavadeiras do concelho da Maia, a associada Liliana Aguiar deu a conhecer toda a faina inerente à lavagem da roupa e a difícil jornada que envolvia longas deslocações ao Porto, inicialmente a pé, num diálogo constante com a cidade em busca das suas freguesas. Dando continuidade a este tema, as associadas Adorinda Carvalho e Ana Almeida expuseram o seu trabalho de investigação sobre os caneiros, as pedras do lavar e os lavadouros que ainda hoje compõem a paisagem do território maiato, e que, durante largas décadas, fizeram parte do quotidiano de muitas mulheres da Maia.
Na parte final da sessão teve a palavra o Dr. Paulo Ramalho, Vereador da Câmara Municipal da Maia, que enalteceu todo o trabalho de investigação que tem vindo a ser realizado pelo Clube UNESCO da Maia. No encerramento da conferência, o professor Doutor Raul da Cunha e Silva, Presidente do Clube UNESCO da Maia, sublinhou e valorizou o papel ativo que as Mulheres da Maia desempenham na sociedade, numa emancipação que se perde no tempo Afirma que se assistiu a uma belíssima conferência feita por numeroso grupo de associados do Clube Unesco da Maia sobre alguns dos trabalhos de mulheres da Maia. Considerou que árduo tem sido o caminho para estabelecer a igualdade entre homem e a mulher. É que como diz Aristóteles, nada mais difícil do que tornar iguais as coisas desiguais.
As mulheres tradicionalmente cuidavam da casa, davam à luz e criavam os filhos, eram enfermeiras, mães, esposas, vizinhas, amigas e professoras. O trabalho não-doméstico aqui analisado mostra o caminho para a igualdade.
As mudanças vieram nos séculos 19 e 20; por exemplo, foi dado às mulheres o direito a remuneração igual por lei. Durante os períodos de guerra, as mulheres foram convocadas para o mercado de trabalho para realizar trabalhos que tinham sido tradicionalmente restritos aos homens. Após as guerras, elas invariavelmente perderam seus empregos na indústria e tiveram que voltar para papéis domésticos e de serviço
Em Portugal a guerra do ultramar, a emigração maciça para a França impuseram às mulheres o trabalho não-doméstico
Houve diplomas a nível mundial a impor a igualdade entre homem e mulher:
A Declaração Universal dos Direitos do Homem (1948).
A igualdade de género, os direitos da Criança (1959) são marcos históricos, rumo a essa igualdade.
Ficou a promessa de uma futura publicação que reunirá vários temas relacionados com a Mulher da Maia, tendo por base toda a investigação desenvolvida até à data.
Daniela Alves e Hélder Barbosa
17-06-2017 - A mobilidade no concelho da Maia
No dia 17 de junho, no Lar de Nazaré o clube Unesco da Maia realizou uma conferência sobre a mobilidade no concelho da Maia. Os trabalhos iniciaram-se às 17 horas.
Foi orador o dr Adalberto Costa, vice-presidente do clube Unesco da Maia e moderador o associado dr José António.
A mobilidade implica a capacidade de deslocação e tem muito a ver com o território e assume vários meios:
Ferroviário (comboio, metro)
Rodoviário (transportes colectivos, automóvel, moto, bicicleta) e pedonal
Elementos da mobilidade: elevadores, aeroportos, ferrovias, rodovias e naturalmente veículos.
O sistema de transportes é público e privado e cada uma tem o seu lugar.
A mobilidade da Maia não pode ser considerada fora da área metropolitana do Porto.
O centro do concelho é o local onde se anda mais a pé e também o que tem mais transportes.
Os transportes no concelho da Maia se não estão em falta, pelo menos são deficitários em freguesias de fronteira, como Fogosas, S. Pedro Fins, o que determina o enfraquecimento da mobilidade nestas comunidades. Registe-se ainda a não coordenação entre as operadoras de transportes a operar no concelho.
A qualidade de vida das pessoas, o seu bem-estar, a velocidade da sua circulação no território e a proximidade ao centro de cada um dos seus interesses determinam-se em grande parte pela mobilidade que lhes é oferecida ou que lhes é permitida.
A deslocação das pessoas é fundamental para a sua realização e formação e é também dado determinante para a economia local e nacional. Por isso a mobilidade é essencial para as pessoas, para as localidades e para os países
O concelho da Maia se tem infra-estruturas que contribuem para que a mobilidade seja assegurada, não tem meios e instrumentos que a dinamizem, sendo certo que esta mobilidade não abraça todo o território concelhio de igual modo O centro do concelho da Maia é «vivido», a periferia está afastada dessa «vivência».
É importante para o futuro das comunidades a mobilidade no seu ponto de equilíbrio, mas também que ela se estenda para além do que é politicamente querido, ou seja, para além do que é estático.
Finda a conferência, a assistência levantou varias questões de que vale a pena relevar a política dos passeios em todas as freguesias da Maia e a consequente dificuldade de trânsito para os peões.
A encerrar os trabalhos o presidente do clube, Dr Raul da Cunha e Silva agradeceu ao senhor Padre Domingos Jorge a cedência das instalações para a nossa conferência. Louvou o brilho do conferencista e o papel eficaz do moderador. Não se esqueceu de se congratular com a presença dos associados e amigos pois são eles a essência de uma organização.
No fim, um muito agradável Porto d´honra contribuiu para continuar a conferência e tornar mais densos os liames entre os sócios.
Raul da Cunha e Silva