Um pouco de História
Galiza( latim Gallaecia) deriva da palavra Gal – nome que os romanos usavam para designar um povo indo-europeu da Europa Central.
Há uma forte identidade étnica, linguística, histórica e geográfica entre a Galiza e o Norte de Portugal.
Apesar da forte influência do castelhano, nos últimos séculos, a fala da Galiza e do Norte continua a ser o Galaico-Português.
A Corunha (latim corona) é a segunda cidade mais populosa da Galiza. Aí visitámos a Praça Maria Pita, ou Praça Maior,
a Torre de Hércules (farol mais antigo do Mundo em funcionamento).
Alguns pontos turísticos de destaque:
A Igreja de Santiago foi um ponto turístico de interesse. O seu nome está relacionado com o apóstolo Santiago que,
segundo a tradição, está sepultado nesta cidade. A catedral é a mais importante criação do românico espanhol.
Nasceu e cresceu devido às peregrinações. Na Idade Média havia três destinos importantes de peregrinação:
Jerusalém, Roma e Santiago. O Ano Santo perdoa dívidas e concede outras regalias. Começou a fazer-se de 15 em 15 anos, depois mais
frequentemente. Convém recordar a profunda religiosidade desses tempos, a salvação da alma e o papel da Igreja nesse campo. O Papa Calisto II
concede o jubileu plenário, nos anos em que a festa do santo é ao domingo. Mediante a comunhão, as esmolas e outros rituais garantia-se o
perdão dos pecados. Este facto obrigou multidões a deslocarem-se a Santiago, obrigação tão sentida que se dizia que
quem não fosse em vida teria que ir em morto. Antes da partida, as pessoas levavam o bordão, a escarcela, ou a cabacinha. Havia rituais
interessantes no fim da jornada e chegados a Santiago, entravam descalços no templo e depositavam as esmolas.
A muralha de Lugo data da segunda metade do século III. A necessidade da sua construção prende-se com as necessidades
de defesa, pelo ataque dos bárbaros ao Império Romano e também pela importância estratégica da cidade. Tem um cumprimento
de mais de dois quilómetros. Tem 10 portas coma a função de ligar a antiga Lucus e a parte nova.
A 15 de Abril, a muralha de Lugo é declarada Monumento Nacional e em 2000, Património da Humanidade.
A catedral de Lugo é um belo exemplar românico do século XIII. A Igreja possui o privilégio papal da
exposição permanente do Santíssimo Sacramento, daí o cálice e a hóstia aparecerem no escudo da cidade.
O dia dos namorados foi também celebrado nesta viagem. Relevam-se as memórias de S. Valentim. (A igreja Católica
terá cristianizado as celebrações pagãs da Lupercália). O mês de Fevereiro era o mês oficial do início
da Primavera e era considerado um mês de purificação. O dia 14 era dedicado à Deusa Juno, deusa das mulheres e do casamento.
Para comemorar o dia entregámos a todos os veraneantes versinhos de amor, recolha de José Leite de Vasconcelos, de que registamos este exemplo:
Coração por coração/ Não deixes d´amar o meu/Sabes cô mê coração/Sempre foi lial ó
teu.
Foi uma jornada de alto valor cultural.