As sessões em causa procuram revisitar alguns fatores (em particular os de
carácter geográfico), os acontecimentos e as relações que marcaram a evolução geoadministrativa da Maia e
que marcam a atual geografia administrativa maiata.
O documento medieval das Inquirições de 1258 surge aqui como dos primeiros
documentos “oficiais” através do qual é possível ter-se uma ideia do que seria a configuração
geoadministrativa da Maia. No que diz respeito aos alvores da modernidade dois documentos muito próximos
cronologicamente dão-nos uma noção mais precisa do que seria a Maia no século XVI, sendo eles, o Foral de
Maia, atribuído em 1519 e o Numeramento de 1527, no que concerne à Maia. Para a Idade Moderna, recorremos,
ainda, à reconstituição da geografia administrativa da Maia feita por Francisco Ribeiro da Silva na sua obra
“O Porto e o seu Termo (1580-1640). Os Homens, as Instituições e o Poder”.
Já no século XIX, é analisada a situação da Maia em vésperas do decreto de 6 de novembro de 1836, que marcou
o início do processo de desmembramento do concelho, com desanexações de dezenas de freguesias.
A entrada no século XX é marcada por um acontecimento marcante na geografia administrativa maiata: a
transferência da sede do concelho. Este acontecimento estimulou o desenvolvimento do concelho alicerçado na
emergência de uma nova centralidade, evidenciado, na atualidade, por aquilo que é hoje a cidade da Maia.
Na 2.ª sessão, o nosso foco estará nas mudanças administrativas realizadas, ao
longo do século XX e início do século XXI, compreendendo as permanências e as alterações, que influenciam a
governança e a geografia do território maiato dos nossos dias.
Ao longo deste percurso histórico é nossa intenção evidenciar o influxo e consequências geográficas em todo
este processo evolutivo que conduziu à atualidade.
Dr. Hélder Quintas Oliveira