No dia 7 de dezembro o Clube Unesco da Maia-realizou no Salão Nobre da Ex Junta da freguesia da Maia uma conferência sobre o ilustre maiato:
Domingos da Costa.
Foi orador o nosso associado Dr. José Ferreira da Silva e moderador o professor catedrático Jorge Alves que em muito contribuiu para o elevado
nível da conferência.
Com razoável assistência a sessão começou por uma breve apresentação do orador e do
moderador, figuras bem conhecidas no nosso meio.
Aproveitou o momento o professor Raul da Cunha e Silva para afirmar que a pedra é fundamental para a solidez física e espiritual de um edifício e
que uma conferência tonifica a cultura.
Domingos da Costa (1708-1772) foi um mestre pedreiro, de “muita fama”, natural da freguesia de Vilar do Pinheiro que, no século XVIII, pertencia
à antiga Terra da Maia. Desta freguesia e das circunvizinhas eram provenientes outros mestres pedreiros de nomeada, com alguns dos quais este mestre trabalhou.
Entre as obras a que esteve ligado na cidade do Porto, salientamos a Enfermaria e a Torre dos Clérigos (1755).
Na Misericórdia do Porto, interveio na construção da Igreja do Recolhimento de Órfãs de Nossa Senhora da Esperança (1746), na reconstrução da
Igreja da Misericórdia (1748-1754) e no início da construção do Hospital de Santo António (1771-1772). A sua participação nas obras mencionadas,
que constituem importantes marcos da arquitetura e do urbanismo portuense, confirma a valia deste mestre que seguramente era reconhecida pelos
principais encomendadores da cidade..
Domingos da Costa interveio igualmente em várias obras públicas, no âmbito da ação da Junta das Obras Públicas.
Nos arredores da cidade terá sido este mestre o responsável pelo risco de vários edifícios religiosos, dos quais destacamos a Igreja de Nevogilde (1734).
Mais a norte, está associado à obra da Igreja das Religiosas de Santa Rosa de Guimarães (1734).
A partir da pesquisa documental e bibliográfica fomos organizando vários dados sobre este mestre pedreiro, que nos permitiram balizar cronológica e
geograficamente a sua atividade, assim como conhecer quais eram os outros mestres pedreiros, arquitetos e engenheiros com quem colaborou e que, de
algum modo, terão sido determinantes no desenvolvimento da sua carreira.
Esta comunicação não encerra o estudo sobre a vida e a obra deste artista. Constitui, sim, um contributo e um primeiro passo para uma investigação
mais aprofundada sobre a atuação deste e de outros mestres pedreiros, a qual foi determinante na renovação arquitetónica e urbanística que
o Porto conheceu durante o século XVIII
A terminar e antes de um Porto D’honra, várias foram as questões que a assistência colocou ao orador que ampliaram os dados analisados no corpus da comunicação
Raul da Cunha e Silva