Porque o tema proposto pela CUMA era aliciante, mais a curiosidade aumentou e chamou ao “passeio” um grupo de sócios que com o seu presidente
mais os guias José Augusto e Liliana conhecedores da “matéria” – O BARROCO NA MAIA se meteram ao caminho no autocarro da Câmara em busca de lugares
onde repousam “tesouros escondidos” fruto do trabalho dos peritos dos séculos XVI e XVII.
Se uma obra seja ela decorativa, escultórica, arquitectónica ou pictográfica, traduz os sentimentos do artista, reflexo da mentalidade envolvente
ou cultura da época, passámos em revista “as modas”, fontes de inspiração dos homens de antanho (da antiguidade aos nossos Tempos).
Predomina a grande sacralidade associada ao profano que a ela se mistura e completa – a videira, os cachos, os querubins e serafins enleados a
colunas torsas – ( Salomónicas) significando ao mesmo tempo o trabalho do homem e o sangue de Cristo por nós derramado…
Os tronos dos altares das capelas – mores procuram traduzir toda a majestade divina aí presente: os tetos ou pintados com cenas alusivas à
vivência cristã, ou repartidos em caixotões policromados; as paredes suportando ” afrescos” ou pinturas murais preenchem o espaço convidativo quer
à meditação e oração quer à relação com a Divindade e corte celestial não faltando cenas bíblicas alusivas à passagem de Cristo pela terra.
Quanto ouro embelezando o interior dos templos! Quanto trabalho do arquiteto preocupado em dar beleza a toda a estrutura exterior da cornija ao
frontispício, dos pórticos aos cachorros, das arquivoltas aos capitéis, aos botaréus e coruchéus…!
Os Templos poderão diferir na grandiosidade e opulência – Mosteiro de Moreira; apresentar-se de forma mais humilde – Nª Senhora de Guadalupe;
com grande profusão de talha dourada e reluzente – Silva Escura; simples capelinhas de Via Sacra – Barca ; ou só e apenas sinal exterior de riqueza
– Capela de S. José – Porém, em todos os lugares era sempre presente o apego à religião, ao culto e rituais sagrados.
A destacar ainda o papel desempenhado pelos cânticos (gregoriano) e pela música bem presente nos órgãos que algumas igrejas exibem no seu interior
e que enriqueciam os momentos mais solenes das celebrações eucarísticas.
O convívio que aconteceu na hora do almoço cuja refeição resultou de uma partilha fraterna e junção do que cada um levava foi bem a demonstração
cabal do que a CUMA. é capaz de fazer em prol da Camaradagem e da Cultura.
Jaime Gonçalves