Pelas 8,30 h do dia 27 de maio, 22 associados do Clube Unesco da Maia iniciaram uma viagem cultural a Baião.
A terra de Baião é de fundação Sueva. Em 985 foram concedidas pelo rei de Castela a D. Arnaldo – trisavô de Egas Moniz, pela sua bravura no combate contra os Mouros.
Baião recebeu foral de D. Manuel I no ano de 1513.
Iniciámos a viagem com a leitura de alguns textos que mostraram aos participantes a estreita ligação de Eça de Queiroz a Luís de Magalhães e à quinta do Mosteiro em
Moreira da Maia.
Ao entrar em Baião, concelho com a maior percentagem de área verde e floresta do distrito do Porto e de paisagens naturais de grande beleza rumámos a Ancede para
visitar o seu mosteiro e a Capela de Nosso Senhor do Bom Despacho.
O mosteiro foi fundado pelos cónegos Regrantes de Santo Agostinho no século XII. Em 1560 passou a depender do Mosteiro de S. Domingos de Lisboa.
No couto do mosteiro produzia-se muito vinho de qualidade que era exportado e com os proventos enriquecia-se o património monacal.
Com o desenrolar dos tempos o Mosteiro foi-se degradando. Desde 1985 pertence à Câmara Municipal que o tem vindo a restaurar.
A Capela de Nosso Senhor do Bom Despacho data de 1735.Foi mandada construir pelos Dominicanos Tem um altar-mor e seis laterais com representações da vida de Cristo.
É uma obra de enorme beleza e repositório de imagens.
Continuámos a viagem por Aregos em direcção a Santa Cruz do Douro, passando por sinaleiras que indicavam o percurso do Caminho do Jacinto até à Quinta de Vila Nova
a que Eça deu o nome de casa de Tormes.
Pelas 13 h chegámos ao restaurante da Fundação Eça de Queiroz onde nos foi servido o almoço com a ementa que os caseiros da Quinta prepararam para o escritor: Canja
de galinha, arroz de favas com galinha corada e creme de água.
Seguiu-se a visita à Casa que está bem cuidada e onde se fica a conhecer um pouco melhor este grande escritor, a sua família e esta linda terra.
Depois da visita a Tormes seguimos viagem para a sede do Concelho onde descansámos algum tempo e depois subimos até à entrada do Conjunto Megalítico da Serra de
Aboboreira considerado um dos maiores existentes em território Português.
Aqui e dado estar a cair o denso nevoeiro característico dos 800 m de altitude visitamos apenas a Anta de Chã de Parada. Pelo caminho e lá no alto avistámos um santuário
e montanha: a capela da Senhora da Guia.
Regressámos à Maia onde se chegou pelas 20h, cansados, mas satisfeitos e reconhecendo que, como diz Eça de Queiroz, esta terra é “ serra tão acolhedora, serra de fartura
e de paz, serra bendita entre as serras”
Natércia Cardeano