No dia 29 de fevereiro, no Lar de Nazaré, perante razoável assistência o Clube Unesco da Maia festejou o dia mundial da Língua Materna.
Foi moderadora da conferência a prof. Lourdes Graça que teceu breves considerações sobre o orador e o tema que ia ser abordado e mais tarde dirigiu com excelência
os debates finais.
O conferencista, Presidente da Assembleia – Geral, Doutor Raul da Cunha e Silva trouxe à colação “O dia Internacional da Língua Materna, proclamado
pela UNESCO em 17 de novembro
de 1999, reconhecido formalmente pela Assembleia – Geral das Nações Unida em 16 de maio de 2007 e comemorado anualmente em 21 de fevereiro com o objetivo de promover a
diversidade linguística e o multiculturalismo”.
É essencial, na verdade, defender a língua materna e com ela o acerbo cultural generalizado com a Aldeia Global de Mc Luhan.
Mesmo o Mandarim e o Inglês, as únicas eventualmente resistentes, não resistiriam ao algoritmo, ou seja, à futura língua do tic tic.
É urgente defender a língua materna. Sendo a mãe o modelo linguístico estável do filho (com o leite materno ele bebe a aquisição da língua), falemos dela que
necessariamente há de refletir a
especificidade da mãe e do grupo a que pertence. Por assimilação, a língua incorpora os seus valores culturais, éticos, de posição social e de relação. Daqui duas funções
essenciais: Função educativa e função linguística.
São dois aspetos muito relevantes: Um individual, outro social (Saussure, pag 24) Em cada momento ela é uma instituição atual e um produto do passado. Uma palavra é uma
herança do passado. Vejamos esta frase:” vi o Malaquias”. Dita agora, faz sentido; dita há várias gerações, fazia também.
Ou seja, embora dita hoje, ela é herança de um passado, mais ou menos distante. Cada palavra tem uma história e herança. Sendo assim, a língua é inseparável da alma de
um povo, de uma cultura, de uma história. “Todo o individuo que fala uma dada língua é capaz de, em qualquer altura, emitir espontaneamente, ou captar e compreender um
número indefinido de frases
Falantes do Português somos 280milhôes, de 8 estados independentes espalhados pelos 5 continentes, além das comunidades de Macau e Goa, Portugal, Angola, Brasil.
Moçambique, Guiné-Bissau, S.Tome, Timor, Cabo Verde.
Uma língua falada em todos os continentes tem de ser forçosamente muito importante, porque gera uma rede de comunicações a todo o título notável
Permite a interação entre milhões de pessoas, a mútua influência entra povos, o multiculturalismo, o turismo, o comércio, a política, a relevância, ou seja, um vasto
património comum.
Como Língua não materna, ou língua segunda podemos indicar muito sumariamente: Programa Erasmus, motivações económicas, razões culturais, empregos.
E quando se diz defender, diz-se usar nos fóruns nacionais e internacionais a língua própria, mesmo que se saiba falar a dos outros. Claro que a língua materna deve
ser defendida em primeiro da ignorância, de anglicismos dispensáveis de certos falantes que têm o microfone sempre perto da boca para dizer asneiras e porque dizer okay
em vez de sim? Ou tou em vez de estou? frio, tio, rio como monossílabos, sendo eles dissílabos? E muito mais.
Concluiu, como conclusão o Presidente do clube, Dr Adalberto Costa louvando a sessão, o tema, o nível dos trabalhos e a importância dos mesmos.
Raul da Cunha e Silva