Os serões culturais do Clube Unesco da Maia, para o ano de 2011, têm como principal objectivo a reflexão sobre temas intimamente ligados
à nossa condição de seres humanos e à nossa cultura, como parte integrante da cultura ocidental, e também a divulgação da obra literária de autores portugueses.
Daí termos escolhido para o serão de 18 de Fevereiro o conto “Destinos” de Miguel Torga pela problemática que, a começar pelo título, sem dúvida
ocorre inúmeras vezes à mente humana, gerando dolorosas contradições: liberdade, determinismo, omnipotência, omnisciência, existencialismo, espiritualismo, etc.
E depois da leitura expressiva/dialogada do conto, de ouvir “O Fado de Cada Um” de Amália Rodrigues e o poema de Miguel Torga “Vasco da Gama”, textos
que apontam para diferentes e até opostas concepções da ideia de destino, gerou-se um vivo e interessante debate entre os participantes, surgindo
diversos pontos de vista apoiados em situações reais do passado e do presente e nas experiências de cada um. Uma das ideias chave apresentadas foi a
incompatibilidade entre destino e democracia, destino e liberdade.
Manifesto interesse por esta actividade e sobretudo pelo gosto da leitura em grupo, foi a participação espontânea de alguns participantes na leitura
e resumo de outros contos da colectânea “Novos Contos da Montanha”.
Não temos a pretensão de tirar conclusões definitivas sobre a temática abordada ou outra, mas temos a certeza que esta troca de experiências/saberes
contribui para o nosso enriquecimento pessoal e para a prática de princípios e ideias humanistas.
Benito Juarez, presidente do México (1806 – 1872) e herói nacional disse: “A democracia é o destino da humanidade; a liberdade o seu braço indestrutível”
E nós terminamos desejando que o nosso destino como pessoas, povos, países seja saber usar bem a liberdade.
Este serão decorreu no Auditório da Junta de Freguesia de Vermoim.
Ana Alice Cunha, Direcção do Clube UNESCO da Maia