1.- A UNESCO, um dos principais organismos da ONU, celebra em 30 de agosto, mais um Dia da Solidariedade. Às vezes perguntamos a nós próprios porque existe um dia disto e daquilo.
Com uma certa razão, porque afinal, neste caso, todas as horas têm de ser de solidariedade, com os homens e as mulheres, com os seres vivos, mesmo que estes sejam inativos. Pedras que falam, –
como ainda há poucas semanas temos verificado na Síria ou no Iraque -, que ditam a nossa história comum, afinal vivem e falam, até por mais anos que nós seres humanos. Por isso palavras como
“solidariedade” significam que devemos carregar sobre nós a indignação de todos os que sofrem. Não existe “solidariedade” sem “subsidiariedade”, e estas são palavras para levar à prática, quer
com a denúncia, quer a indignação, quer com atos práticos. Por isso existe um dia no ano, que a UNESCO comemora, dado que nem denúncia, indignação ou atos práticos têm sido uma constante na
humanidade. Um alerta, para nós refletirmos.
2.- Atos ou não de solidariedade e subsidiariedade, são, como exemplo, as atitudes que a Europa toma perante a vaga de refugiados a chegarem aos milhares aos países da União Europeia.
O que vimos choca-nos a todos, fere-nos até ao íntimo dos nossos corações. Não será com couraçados militares que a questão se resolve, contra estas crianças, mulheres, homens e crianças,
mas numa profícua solidariedade em resolver a “causa” e o “facto”. Se o “facto” tem de ser resolvido de imediato recolhendo todos estes nossos irmãos, não com baionetas, mas com afetos,
já a “causa” serão as condições materiais, e porque não as espirituais, de todos os governantes e pessoas que um dia se venderam aos senhores do dinheiro e da guerra. Refere a UNESCO que
está “Construindo a paz nas mentes de homens e mulheres”, é isso a construção da Paz, na Justiça, principalmente nas nossas mentes. É isso um ato de solidariedade!
3.- Atos ou não de solidariedade e subsidiariedade, são a nossa posição perante aqueles que perderam as suas economias no Banco Espírito Santo. Vemos, muitos idosos nas manifestações
que querem só, e só, o dinheiro que confiaram a banqueiros. Vemos a polícia de choque e de intervenção contendo a indignação daqueles, que confiaram nos seus governantes, e depositaram
as poupanças de uma vida, trabalhando em Portugal ou em países de emigração, com muitos sacrifícios vêm agora alguns ficarem com o produto de seu trabalho. Vemos as lágrimas da indignação,
soletrarmos as flores mortas nas suas vidas e não podemos ficar indiferentes, porque se o ficarmos somos coniventes com os senhores dos poderes financeiros. E isso será um ato de solidariedade!
Joaquim Armindo – Membro do Clube UNESCO da Maia